
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Crônica do Amor
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo Jabor ou Martha Medeiros (?). Quem é o autor?
quarta-feira, 22 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
“Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.”
–Manoel de Barros, em O Livro sobre o Nada
–Manoel de Barros, em O Livro sobre o Nada
sábado, 6 de setembro de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Roubei de http://www.andriahalfen.blogspot.com/
"As unicas pessoas que me interessam são as loucas , aquelas que são loucas por viver , loucas por falar , loucas por serem salvas, as que desejam tudo ao mesmo tempo .
As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante , mas que queimam e brilham , brilham , brilham como luminosos fogos de artifício cruzando o céu ."
[Jack Kerouac]
As que nunca bocejam ou dizem algo desinteressante , mas que queimam e brilham , brilham , brilham como luminosos fogos de artifício cruzando o céu ."
[Jack Kerouac]
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Harmonia
"Nosso tempo busca muito. Mas encontrou, antes de tudo, uma coisa: o conforto. Este avança, em toda a sua amplitude, inclusive pelo mundo das idéias, nos tornando tão acomodados como jamais poderíamos supor. Entende-se hoje, melhor que nunca, como tornar a vida agradável. Resolvem-se problemas de modo a desembaraçar-se de um inconveniente. Mas, como se resolvem? E, sobretudo, acredita-se tê-los por resolvidos! Nisso se mostra, da forma mais clara, qual é o presuposto da comodidade: a superficialidade. Assim é muito fácil possuir uma "concepção de mundo" quando se considera digno de apreço somente o que parece ser agradável, sendo o restante, indigno de quaisquer olhadelas. O restante, ou seja, o essencial: aquilo, que permite concluir que tais "concepções de mundo" adaptam-se, com efeito, a seus sustentadores, mas que os motivos constituintes delas nascem, sobretudo, do empenho por se desculparem. É, pois, um cômico proceder: os homens de nosso tempo, que estabelecem novas leis morais ou, melhor ainda, que dão por terra com as antigas, não podem viver com a idéia de culpa! O conforto, porém, não almeja autodisciplinar-se; e assim, ou rejeita a culpa ou a eleva à virtude. Para aquele que enxerga mais além, isto significa o reconhecimento da culpa como culpa. O pensador que, no entanto, busca, realiza o oposto. Mostra que existem problemas e que não estão resolvidos. (...)"
SCHOENBERG, Arnold. "Harmonia", 1911.
SCHOENBERG, Arnold. "Harmonia", 1911.
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